Como prometi há algum tempo, volto ao tema da homofobia. A "neura" cristã com a sexualidade, hoje em dia, tem como seu principal sintoma a homofobia. Joga-se a "culpa" sobre os homossexuais, que resolveram fazer movimento social, lutar por seus direitos civis, pessoais, culturais. Aí o povo crente fica assustado. A presença pública de homossexuais faz com que a sexofobia cristã se reacenda e se reformule como homofobia. Este é um exemplo clássico de transferência de um temor para outro, a fim de resolver (de forma errada) o primeiro temor. Fazendo da homossexualidade o alvo da denúncia contra o pecado nos esquecemos da velha e constante sexofobia. Ao invés de lidarmos com o nosso velho e perseverante problema, atacamos um novo "inimigo".
Em vários lugares da Bíblia se afirma que quem segue a Deus não precisa viver com medo. Já está mais do que na hora de nos livrarmos da sexofobia, o que jamais conseguiremos através da homofobia. Um medo apenas pode substituir outro medo, jamais vencê-lo. De medo em medo caminhamos para uma vida triste, enfadonha, acusatória, cheia de ilusões. É hora de trocar o medo pela coragem. Pela coragem de ser feliz, pela coragem de assumir o prazer, pela coragem de viver plena e saudavelmente a sexualidade.
É hora de trocar o medo de errar pela coragem de acertar. Como acertamos? É uma antiga e sempre desafiadora lição, repetida à exaustão na pregação e na teologia cristãs. Acertamos quando amamos o próximo. O problema maior consiste em sabermos quem é o próximo. Ao respoder a essa pergunta, certa vez, Jesus contou uma parábola, que a tradição chamou de a parábola do bom samaritano. A parábola ensina que quem amou o próximo foi o "samaritano", aquele que era odiado, rejeitado e demonizado pela religião oficial da época de Jesus.
Quem tem olhos para ler, leia!
Nenhum comentário:
Postar um comentário