Hoje não é dia para falar sobre intolerância. Domingo de Páscoa, dia de celebração da vitória da vida sobre a morte, da justiça sobre o pecado, da inclusão sobre a exclusão, da aceitação sobre a intolerância, da reconciliação! Entretanto, a imprensa noticia um episódio que, se fosse algo isolado, não mereceria qualquer comentário - jogadores de futebol "evangélicos" se recusam a distribuir ovos de páscoa em um lar espírita.
Não tenho nada a ver com a crença das pessoas envolvidas no episódio, nem quero julgá-las. O que me chamou a atenção foi o fato de que a atitude de intolerância "evangélica" não é algo isolado. Faz parte da pregação de várias igrejas e seus pastores e pastoras e tem gerado inclusive violência física, além da simbólica. Menos mal que movimentos em defesa da liberdade e da tolerância religiosa têm surgido em resposta a tais atos bárbaros.
Grafo "evangélico" entre aspas, por que cada vez mais esse termo perde o seu sentido. Ser "evangélico" hoje em dia no Brasil está se tornando sinônimo de pseudo-cristão, de gente que confunde dogmatismo com fé, egocentrismo com caridade, intolerância com liberdade religiosa.
Péssimo modo de acordar num domingo de Páscoa. Ainda bem que na cruz Deus reconciliou consigo mesmo todas as coisas, nos céus e na terra. Deixemos, pois, que o amor reconciliador de Deus faça a nossa cabeça, determine a nossa identidade.
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